sábado, 11 de janeiro de 2014

Primeira.

Londres, 08 de Janeiro de 2014.

Querida Rosie,

como não acredito em bruxas, mas elas existem, o scanner da biblioteca não está mais entre nós. Mas das coisas que mais me orgulho é ter uma palavra honrada. Algo que nada mais é que uma maneira de demonstrar gratidão a elas - as palavras - que comigo estiveram sempre; nos dias de Sol e nos dias de chuva.

Escrevo-lhe este pedaço de mim no papel (e agora, digitalizado) como uma forma de dizer várias coisas que não sou capaz de prosar sem caneta em mãos. Principalmente, para dizer que me importo. Que meu 2013, um ano que foi quase puro esquecimento de experiências amargas, teve no seu sorriso algum alívio. Sempre é bom encontrar alguém que te lembra das coisas importantes; e por isso lhe serei grato não por muito tempo. Afinal, só posso ser grato enquanto respiro.

Não tão importante, mas ainda sim digníssima de nota é a tal Londres. Cinza como só alguém lúdico pode perceber. Impessoal metrópole, concentra todas as culturas e povos. Sem julgar, sem se importar, entende-os. Permite que vivam entre suas malhas metódicas de linhas ferroviárias, rodoviárias, pessoais e sociais.

Faz, assim como uma mulher sedutora, questão de mostrar que nada a possui, embora todos desejem. Todos querem ser Londrinos, mas nenhum foi, é ou será, pois jamais alguém conheceu bem o suficiente suas curvas para lhe tomar posse.

Por hora é isso. O sono acumulado pelas (ir)responsabilidades acadêmicas agora pesa; assim como a saudade da besta que isto escreve. Fugirei do frio num sonho ensolarado. Até breve.

Com amor,

A.

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